Clima

Fórum da Agricultura irá elaborar carta com sugestões para enfrentar estiagem

Impactos na Região Sul são superiores a R$ 1,83 bilhão somente na safra 2022/2023

Jô Folha - Reunião ocorreu na manhã de sexta-feira na Embrapa Cascata e reuniu representantes de instituições e setor primário

O impacto das sucessivas estiagens na região Sul é alarmante. Somente na safra 2022/2023, as perdas nos 20 municípios de abrangência da Emater Regional Pelotas foram estimadas em R$ 1,83 bilhão. Nas culturas, as quebras somam 42,19% no milho grão e 47,82% no silagem, 20,38% na soja, 33,88% no leite, 15% nos bovinos de corte, 19,83% no tabaco e 47,88% no feijão. Os números foram apresentados, na manhã de sexta, durante reunião do Fórum de Agricultura Familiar da Região Sul do Rio Grande do Sul (FAF), na sede da Embrapa Cascata, pelo extensionista da Emater Regional Pelotas, Ronaldo Maciel.

Ao final do encontro, foi definida a elaboração de uma carta contendo as demandas apresentadas na reunião e as sugestões para o enfrentamento aos reflexos da estiagem na região. “A nossa unidade tem participado de diferentes reuniões em órgãos do Estado e a maior parte das tecnologias para minimizar os efeitos da estiagem nós já temos na Embrapa, em universidades e outras instituições de pesquisa”, ressaltou o chefe geral da Embrapa Clima Temperado, Roberto Pedroso. Segundo ele, o que falta é a capacitação dos agricultores e recursos para a continuidade da pesquisa e extensão.

Durante a reunião, foram ouvidos representantes dos diversos segmentos da atividade primária da região, como quilombolas, assentados da reforma agrária, pescadores e agricultores familiares, que apresentaram suas demandas emergenciais. A principal queixa se refere aos recursos anunciados pelo governo federal em 23 de fevereiro, em Hulha Negra, e que até agora não chegaram às famílias, especialmente no que se refere à sua manutenção e à reservação de água para consumo. Estavam presentes os deputados estaduais, José Nunes e Miguel Rossetto e federal, Alexandre Lindenmeyer, que se comprometeram em intervir junto aos governos estadual e federal a fim de agilizar o acesso aos recursos.

Nunes é presidente da Comissão de Representação Externa da Assembleia Legislativa do RS. A Comissão foi criada para acompanhar os impactos do longo período de estiagem que afeta o Estado e propor alternativas para amenizar perdas ambientais, sociais e econômicas. Rossetto é responsável pela instalação da “Frente Parlamentar em Defesa da Revitalização das Bacias Hidrográficas, Conservação dos Recursos Hídricos e Enfrentamento às Estiagens”, que busca debater uso, manejo sustentável e proteção das águas no Estado, garantir o acesso à água para a população e à produção agropecuária e industrial, além de proteger os mananciais do Estado.

Também foi apresentado o novo superintendente de Agricultura e Pecuária do Rio Grande do Sul (SFA RS), José Cleber Dias de Souza, que assumiu o cargo no último dia 26 de abril e tem trajetória ligada à agroecologia e produção orgânica. Formado em Agronomia pela Faem/UFPel, o agrônomo disse que veio à região para estabelecer um diálogo com as diversas instituições públicas locais que têm atividades relativas ao Ministério.

Durante a reunião também houve o lançamento do Dia de Campo de Agroecologia, promovido anualmente pela Embrapa Clima Temperado para apresentar os resultados de pesquisa ligados à temática. Em sua 18ª edição, o evento está previsto para ser realizado no dia 7 de dezembro, na EEC, junto com a 2ª Feira da Agroecologia e Produção Orgânica. O coordenador técnico da Estação Experimental Cascata, Luís Fernando Wolf, destacou o trabalho da unidade, que completa 85 anos de atividades voltadas à agricultura familiar e de base ecológica e mais recentemente à agroecologia e produção orgânica. “Trouxemos um evento inovador, que renovou os ânimos e o entusiasmo de todo mundo que é a Feira da Agroecologia e Produção Orgânica destinada à exposição e venda de produtos primários de agricultores e suas organizações”.


Sobre o FAF
O Fórum de Agricultura Familiar da Região Sul é um espaço de discussão, criado em 1996, para propor políticas públicas e outras soluções para o desenvolvimento sustentável, especialmente da Agricultura Familiar regional. A coordenação da iniciativa é compartilhada e as reuniões ordinárias do Fórum ocorrem todas as segundas terças-feiras de cada mês e as extraordinárias quando houver necessidade e em qualquer data.

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